RAPIDINHAS...
WITH VOICES
Entre a obsessão rítmica de Madlib e a apaixonada espiritualidade do espaço idílico de Sun-Ra, Carlos Niño e Fabian Ammon lá vão produzindo o seu próprio som a um ritmo considerável. Um ano depois de New Birth, With Voices é o culminar de uma série de trabalhos de colaboração com lendas vivas do jazz de L.A. como Yusef Lateef ou Kamau Daaood, ou figuras de proa do hip-hop californiano como Lil Sci, Abstract Rude, Sach, Brother J, entre outros. Todos eles contribuem para o som denso, inspirado e ambíguo. O som do underground de L.A. no seu melhor. Assim vale a pena!
O segundo álbum de originais da dupla alemã Walter Merzinger e Arno Kammermeier, reforça a identidade sonora do projecto. Movements oferece uma realidade estável, consistente e com visão. As diversas assimilações techno e house, integrando ainda na sua matriz influências funk e electro, permite uma dinâmica sonora estimulante que tanto seduzem as pistas de dança, bem como os que preferem o sossego do sofá. Para quem os queira ver ao vivo, estarão entre nós na sexta-feira (16Jun06) no Clubíssimo em Setúbal.
ROY HARDGOVE
DISTRACTIONS
É o regresso do trompetista Roy Hardgrove em 2006. Depois de Hard Groove em 2003, Distractions mantém o fascínio pela fusão orgânica entre o hip-hop, o jazz e a soul, tal como a vontade de integrar alguns dos melhores músicos e vocalistas no projecto. A lista de convidados é como sempre impressionante: Renee Neufville, D'Angelo, Keith Anderson, Bobby Sparks, Willie Jones III , entre outros. O estilo e a forma, muito eloquente, não são muito diferentes do que foi oferecido em 2003, mesmo assim valerá sempre a pena algumas escutas atentas a esta música que tanto tem de inspiradora como de bela.
NICOLE WILLIS
KEEP REACHIN UP
Poderá ainda não ser desta que se confirma o verdadeiro talento da finlandesa Nicole Willis. Apesar de estar muito bem acompanhada neste Keep Reaching Up, a sua investida na vertente clássica funk-soul - dentro do mesmo estilo de Sharon Jones & The Dap-Kings - é por vezes um pouco desiquilibrada. No alinhamento poderíamos dispensar meia dúzia de temas e ficar com um magnífico EP, recheado de boas interpretações, dinamismo orquestral e um estética impressionantemente inspirada na autêntica soul dos anos 60, tipicamente Motown.